[vc_row][vc_column][vc_column_text]Avaliação e Reabilitação no paciente cardiopata. O que você sabe sobre o assunto?
É sobre esse assunto que iremos abordar alguns aspectos marcantes dessa prática, vale ressaltar que para cada unidade hospitalar, assim como ambiente de atuação profissional (ambulatorial, enfermaria ou clinica), é de grande valia que se faça um levantamento do perfil da população estudada e também buscar referências cientificas que visem agrupar informações acerca das necessidades de cada instituição.
Desta forma se faz necessário à implantação de um programa de reabilitação cardíaca que promova melhora do desempenho físico, retorno as atividades diárias habituais, acompanhada por ações educacionais voltadas para mudança do estilo de vida. Por volta da década de 60-70, era aconselhável o repouso de 21 dias (três semanas) aos pacientes que se recuperavam de IAM (infarto agudo do miocárdio), acreditando-se que o repouso facilitaria o processo de cicatrização do miocárdio.
Todavia, observou-se que o descanso prolongado no leito resultava em efeitos deletérios como (redução da capacidade funcional, redução da volemia, redução do rendimento cardíaco, alteração dos reflexos cardíacos, predisposição ao tromboembolismo pulmonar, redução da massa muscular além do aumento da depressão e ansiedade), a atividade física promovia vantagens na questão da condição mecânica, aumentando a capacidade da função cardiovascular e diminuindo a demanda de oxigênio miocárdico em algum ponto da atividade física.
Nesta época estudiosos já acreditavam que as atividades físicas assim como um programa de reabilitação, além de contribuir com o controle da pressão arterial, diabetes mellitos, hábitos de fumar, obesidade, dislipidemia, colesterol e entre outros, existem evidencias de que o exercício regular, associado por um programa de reabilitação física em longo prazo (tempo), acompanhada de intervenções multidisciplinares (psicóloga, dietética, farmacológica e outros) possa influenciar na prevenção de aterosclerose e na redução de eventos coronários.
Compreende-se que a implantação de um programa de reabilitação trará como objetivo restaurar uma melhor condição fisiológica destes indivíduos (social e laboral), prevenir a agressão ou reverter o processo arteriosclerótico nos pacientes cardiopatas reduzindo a morbimortalidade cardiovascular e melhora da sintomatologia, da qualidade de vida com relação a custos e efetividade conveniente.
Então como podemos ou devemos avaliar o paciente cardiopata?
Sempre importante primeiramente entender a queixa principal do seu paciente, saber o que o levou a procura da unidade de saúde, quais formam os sintomas apresentados, saber se já ocorreu outras vezes (frequência dos eventos), quanto tempo demorou do momento da queixa cardíaca a procura do serviço de saúde até ser atendido pelo médico?
O que sempre precisa estar estabelecido e se faz necessário, é toda essa busca da história do paciente até a chegada à unidade de pronto atendimento e posteriormente ao setor de especialidade cardíaca, saber o período que aconteceu o evento (tempo), e investigar se após a intervenção medicamentosa e internação hospitalar (exames) os sintomas permaneceram ou não.
Mediante a consolidação destes dados é importante avaliar o estado geral e funcional do paciente, contendo história pregressa, determinantes a fatores de risco como tabagismo, história familiar de doença coronariana, diabetes, obesidade mórbida, dislipidemia, insuficiência renal, hipertensão arterial sistêmica, acidente vascular cerebral, doença obstrutiva crônica, idade, sexo entre outros. Investigar sobre intervenções cardiovasculares prévias e ou cirúrgicas.
Além dos antecedentes prévios o exame físico e clínico também deve ser realizado beira leito com o objetivo de agrupar informações sobre seu paciente, avaliar o estado de consciência, observar se há alteração de força muscular ou postura, se há presença de deformidades, limitações articulares, pois adaptações e modificações no programa de reabilitação podem ser necessárias.
Observar cor da pele, investigar preenchimento capilar, palpação de pulso periférico ou femoral podendo fornecer indícios de resposta circulatória insuficiente ao exercício, uma vez que grande parte dos pacientes com doença coronariana apresentam distúrbios vasculares concomitantes, analisar sinais e ou presença de congestão por deficiência de bomba cardíaca, distúrbio de perfusão periférica, edemas periféricos. Deve-se também realizar avaliação do aparelho respiratório, observando o tipo de tórax, ausculta pulmonar, se há presença de dispneia, tosse, dor torácica, cianose, padrão ventilatório.
Simultaneamente todas essas informações precisam ser analisadas em confronto com todos os exames realizados como;
eletrocardiograma na busca de possíveis achados como arritmias, distúrbios de condução, morfologia de eventos isquêmicos;
raio-x de tórax considerando todo campo pulmonar e suas estruturas (traqueia, carina, arcos costais, trama pulmonar, seios costofrênicos e seios cardiofrênicos, hílios, diafragma, além de toda estrutura cardíaca, proporção do seu tamanho, artéria pulmonar, botão aórtico, tronco da artéria pulmonar, arorta descendente).
De extrema importância saber interpretar;
Hemograma completo, leucograma, eletrólitos, função renal, concentração sérica de lipídios HDL, LDL, VLDL e glicemia, coagulograma, BNP – (peptídeo natriurético do tipo B), marcadores cardíacos no exame de sangue (Troponina, CPK, CKMB, Mioglobina). São exames de suma importância que necessitam ser avaliados dia a dia em conjunto com a clínica do paciente verificando se há curva de crescimento (sempre pior prognóstico) e declínio (melhor prognóstico).
Ecocardiograma, avaliar estruturas e funcionamento do coração, normalmente apresentando alterações estruturais (tamanho e espessura de estruturas cardíacas), alterações de funcionamento (contratilidade cardíaca em relação sua força de contração, distúrbio de contração como acinesia; discinesia; hipocinesia. comprometendo a entrada e saída de sangue).
Cateterismo cardíaco, Cinecoronariografia, Angiografia Coronária ou Estudo Hemodinâmico, exame invasivo para examinar vasos sanguíneos e o interior do coração, capaz de fornecer informações sobre doenças obstrutivas bem como obter detalhes anatômicos das cavidades ou das válvulas do coração e até possibilita o reconhecimento de defeitos no recém-nascido e na criança.
Todos esses recursos tem a finalidade de avaliar o estado clínico e hemodinâmico do paciente. Sua resposta ao tratamento deve sempre seguir em conjunto com a avaliação diária (Frequência cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória saturação periférica de oxigênio, se uso suplementar de oxigênio terapia, temperatura, medição da glicemia capilar, controle da diurese e balanço hídrico, peso corpóreo diário entre outros).
Diante de inúmeras informações se faz necessário à intervenção através de um programa específico de reabilitação cárdica, o qual abordaremos no nosso próximo post da serie de Fisioterapia no paciente cardiopata.
Acompanhe nossas postagens. Abraços!
Dr.Moisés G. de Oliveira
Referencias; http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2005/diretriz_reabilitacao_cardiaca_8405.pdf http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2014/Diretriz_de_Consenso%20SulAmericano.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76382015000100007 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76382014000200255
Fonte: BLOG do FISIOTERALOUCOS[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]